Programas de Gestão
Jornal DCI publica artigo “Gerenciamento e Programa de Gestão” de Samuel Gonsales na edição impressa no dia 17/09/2009.
Confira o artigo publicado na íntegra:
Gerenciamento e Programas de Gestão
Muitas empresas de diversos segmentos têm optado por softwares de gestão (ERPs) adaptados de acordo com as especificidades de seu ambiente corporativo. O perfil dessa demanda exige que desenvolvedores e fornecedores de TI implementem novas políticas e estruturem ofertas capazes de atender às atuais necessidades do mercado – sobretudo diante de um cenário em que há cada vez menos espaço para aplicativos com recursos padronizados, como se fossem vendidos em gôndolas de supermercado.
Atualmente, o papel das empresas de TI deve abranger cada vez mais – muito além do desenvolvimento – a estruturação e a implementação de projetos em ERP e outras tecnologias de gestão, principalmente nas ofertas para médias e grandes empresas. Isto deixa para trás o foco exclusivo na venda de aplicativos semelhantes para inúmeras companhias e lojas, que no limite abrem espaço para um ajuste ou outro na configuração de acordo com o perfil de cada cliente. É crescente a necessidade de elaborar projetos específicos para cada implantação, de forma que o software seja executado em absoluta sintonia com as operações das companhias que o adquiriram.
Antes da elaboração de cada projeto, é necessário conhecer o cliente a fundo, tomar nota de suas limitações operacionais e determinar quais soluções e funcionalidades podem preencher melhor as lacunas de seu ambiente de negócios. Estas e muitas outras etapas estão entre as recomendações do PMI (Project Management Institute), instituição focada em gerenciamento de projetos, cujas metodologias servem de base para implementações em diversas indústrias e organizações públicas e privadas em todo o mundo. Hoje, a comunidade global do PMI supera meio milhão de membros – muitos deles empresas de TI – sediados em mais de 170 países.
Em tempo, “gerenciamento de projetos” é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender aos seus requisitos. No caso da TI, o principal objetivo é ampliar o nível de aderência do software aos processos dos clientes, o que torna as implementações menos hipotéticas e mais concretas e precisas. Assim, a maioria absoluta dos projetos passa a contar com escopo e prazos muito bem definidos, com processos de controle que fornecem, inclusive, o status atualizado da implantação do ERP à diretoria da empresa.
O gerenciamento de projetos demanda um ciclo de fases que envolve análise, estratégia & planejamento, execução e gestão & controle. A passagem por essas etapas confere muitos benefícios para todas as partes envolvidas. Para os gerentes de projetos, gera-se apoio às decisões e compartilhamento de melhores práticas. Para a alta gerência, compatibilidade das propostas com a realidade, geração de informação útil e confiável e controle sobre o portfólio de projetos. Já para o cliente, aumento da satisfação, redução de riscos e retrabalhos e garantia da qualidade. E para a organização, finalmente, tem-se o alinhamento dos projetos com as estratégias da empresa, elevação do conhecimento, maior lucratividade e melhora no desempenho geral.
A oferta de um pacote que inclui, além do próprio software, a elaboração e a prática do gerenciamento de projetos em TI também atinge os canais de negócios. Muito mais do que meros distribuidores de aplicativos, parceiros regionais precisam extrair do desenvolvedor conhecimentos voltados à implementação de tecnologia, visando padronizar a equação “serviço = software + implantação” inclusive nas vendas indiretas para mercados mais abrangentes.
Essa prática garante a exclusividade dos projetos de implantação também nas vendas por canais. Mais do que isto, serve para mostrar que a demanda por projetos específicos já está disseminada por diversos segmentos do mercado nacional. Aos desenvolvedores de aplicativos de gestão, sobretudo para médias e grandes empresas, não restam alternativas a não ser abrir os olhos para as novas exigências do segmento de TI.
——- publicado originalmente na versão impressa do Jornal DCI em 17/09/2009: