A informatização tornou-se um diferencial competitivo que pode assegurar crescimento e perenidade às empresas e que, portanto, não pode mais ser desprezada ou adiada.
A fase atual das empresas brasileiras, em especial as médias, pequenas e micro empresas é de crescimento no nível e na sofisticação de informatização, que tem gerado as empresas um alto grau de crescimento estratégico e retorno de investimento rápido e garantido.
Para falarmos na informatização das empresas, vamos relembrar alguns dados históricos.
Os primeiros computadores datam da década de 1940, e apesar da grande proposta de mudança comportamental que gerou na época, eles não faziam mais do que algumas contas simples.
Em meados de 1960, ganham corpo as primeiras iniciativas de sistemas de gestão de estoques (basicamente controles de entradas, saídas e saldos), bem como controles financeiros. Nas décadas seguintes vem à tona o MRP (Material Requirement Planning – que organiza as necessidades de materiais através de planejamentos), por volta de 1970, e o ERP (Enterprise Resource Planning – que são sistemas integrados de gestão empresarial), por volta de 1980.
Ainda nessa época, o custo de aquisição de equipamentos de informática inviabilizava que a grande maioria das empresas se lançasse nessa nova fase.
Nos idos de 1990 as empresas brasileiras embarcaram na tendência mundial de informatização e desde então os processos de negócios têm recebido constantes influências dessas convergências. Essas convergências que abarcam desde as empresas gigantes multinacionais até as micro-empresas – hoje dependentes de informatização para manterem-se competitivas e cumprir exigências legais, tais como a emissão de notas fiscais de venda, que no Brasil é quase que 100% informatizada.
Desde então, houve uma revolução nas empresas provocada pela crescente necessidade de informatização dos processos de negócio, que culminaram em uma vasta gama de sistemas que hoje vão desde simples controles de fluxo de caixa até sistemas que fazem simulações de cenários estratégicos de negócios extremamente complexos, ferramentas preditivas que suportam até mesmo inteligência artificial. A grande maioria das atividades relacionadas a sistemas deixou de ser offline e passou a ser online. Um bom exemplo é a revolução provocada no sistema bancário, onde mais de 80% das operações atuais são feitas sem que os clientes compareçam às agências bancárias.
Nível de informatização das empresas
Existem poucos estudos nacionais com ênfase no grau de informatização das empresas.
Podemos citar ações regionais do SEBRAE, alguns estudos de mercado e algumas pesquisas acadêmicas, sendo que dentre elas há um destaque especial à tese de doutorado apresentada à FEA-USP, no ano de 2004, pelo agora mestre e doutor em administração Cesar Alexandre de Sousa. Em sua tese ele indica que:
– o grau de informatização das empresas de grande porte indica que 62% alcança um nível bastante elevado, e, somadas as empresas que tem um nível intermediário de informatização, as de grande porte acumulam um montante de 90%;
– 42% das empresas médias alcançaram um alto grau de informatização, e, somadas as empresas médias que tem nível intermediário de informatização, elas acumulam um montante de 63%;
– as pequenas empresas têm um grau de informatização na casa dos 40%, sendo que a grande maioria delas alcançou nível baixo ou intermediário de informatização;
– enquanto isso, as microempresas apresentam um grau de informatização inferior a 30%.
O SEBRAE destaca em suas pesquisas números que retratam a crescente utilização de computadores nas empresas, o acesso à internet banda larga e a utilização de sistemas integrados de gestão, que estão cada vez mais verticalizados para atender as especificidades das médias, pequenas e microempresas. O SEBRAE também apoia as empresas fornecendo uma cartilha com o planejamento básico, o apoio tecnológico e financeiro para a informatização.
O IDC – International Data Corporation – em 5 de maio de 2011, publicou em seu portal brasileiro dados que demonstram a crescente evolução de implementação de sistemas de Business Intelligence (BI – sistema vastamente utilizado para a criação de relatórios, cubos de decisão e dashboards) no Brasil que atualmente representa 50% do mercado de BI da América Latina.
Outro dado importante é que além do grande número de fornecedores nacionais, temos hoje a disposição os maiores fornecedores mundiais de sistemas, equipamentos e soluções para informatização. Há também um grande número de empresas atuando exclusivamente por comércio eletrônico, além daquelas que tem lojas físicas e lojas online, das que integram informações com seus fornecedores e clientes, e das que viabilizam negócios através de troca de e-mails. Quase todas as empresas, senão todas, já dispõem de um site institucional e de e-mails corporativos.
Para finalizar, segue uma célebre frase de Charles Darwin que se encaixa perfeitamente nesse cenário:
“Quem sobrevive não é o mais forte nem o mais inteligente e sim quem melhor se adapta às mudanças”.