Esforços de planejamento do portfólio de projetos frequentemente esbarram em algumas armadilhas, como por exemplo, critérios de avaliação e priorização empíricos.
Para que possamos evitar erros e produzir melhores resultados de negócio, discutiremos nesse artigo algumas boas práticas que podem ser adotadas para atender necessidades específicas de cada organização.
Para executar os critérios de avaliação e priorização dos projetos normalmente são utilizados sistemas, planilhas, métricas e indicadores que nos dão uma visão que está baseada em nossas experiências passadas.
Embora as experiências passadas sejam muito úteis e forneçam um direcionamento não necessariamente expressam completamente o momento nem os projetos que estão sendo priorizados e por isso sempre é preciso tomar decisões.
1) Restrição de investimento.
É verdade que todos gostaríamos de gerenciar projetos tendo orçamentos em aberto, mas essa não é uma prática de mercado.
2) Restrição de recursos.
Nunca temos todos os recursos necessários ou temos excesso de trabalho para os recursos que temos disponíveis.
– Projetos estão alinhados com os objetivos de negócio;
– A carteira tem projetos que agregam alto valor à organização;
– Os investimentos com a carteira de projetos refletem as estratégias do negócio;
– Os projetos da carteira são concluídos dentro do prazo;
– A organização gera soluções para impasses da carteira;
– A carteira é bastante balanceada com projetos de curto e longo prazo;
– A carteira tem o número de projetos coerente com o budget e recursos disponíveis.
Armadilhas ao planejar a carteira de projetos.Sempre que é feito um planejamento estratégico, para se definir os objetivos leva-se em consideração o orçamento disponível para cada ação em particular.
1 – A armadilha de sobrecarregar a carteira de projetos.
Envolve uma tendência natural de concentrar-se na capacidade antes de tudo, que embora seja um bom argumento citar essa restrição quando iniciamos o planejamento da carteira, não devemos nos concentrar exclusivamente nesse ponto, pois com certeza esconderia outros problemas da carteira.
Outra peculiaridade dessa armadilha está na tendência de, em tempo de planejamento da carteira, gerir os recursos de forma muito detalhada o que é impraticável para grande parte das organizações.
2 – A armadilha de priorizar a carteira de projetos empiricamente.
É um tipo de priorização bastante comum no dia-a-dia das organizações que ocorre sem que haja uma ferramenta de avaliação do direcionamento dos investimentos para cada projeto.
Em grande parte das vezes um projeto é priorizado levando em consideração a hierarquia da companhia, ou seja, se há um projeto demandado por um determinado diretor este automaticamente recebe uma alta priorização embora nem sempre ele esteja tão alinhado com os objetivos estratégicos.
3 – A armadilha de usar o investimento de um projeto em um outro projeto.
Essa armadilha é mais comum do que parece.
Ao gerenciar diversos projetos paralelamente, um dos projetos que tinha um escopo inicial não tão claro, começa a exigir diversos novos investimentos não previstos.
Para não ter que acionar a diretoria a cada nova necessidade de investimento, toma-se a decisão de desviar recursos de outros projetos para cobrir as necessidades e com isso cria-se um problema ainda maior no longo prazo.
Outra situação comum é quando um determinado projeto é paralisado por determinada situação e em decorrência de sua paralisação os recursos disponíveis para esse projeto ficam paralisados também.
Quando o projeto é retomado não é feita uma revisão do investimento e como já passou algum tempo os investimentos previstos inicialmente não refletem mais a realidade atual de mercado e o projeto não tem mais o dinheiro necessário para seguirmos adiante.
4 – A armadilha de não revisar os critérios de avaliação de tempos em tempos.
Invariavelmente temos situações onde os critérios de avaliação de nossos projetos que estamos usando atualmente foram desenvolvidos há muitos anos atrás e não passaram por uma revisão, portanto não refletem o cenário atual de nossa organização.
Para uma boa governança da carteira de projetos é fundamental revisar de tempos em tempos os critérios de avaliação, sem os quais não temos condições de aferir corretamente a priorização dos projetos.
5 – A armadilha de não ter ciclos de seleção de investimento aderentes ao seu negócio.
Fazer a definição dos investimentos uma vez por ano, assim como se define orçamento é uma prática aderente a quase todas as empresas.
Há, contudo, empresas que tem projetos muito mais dinâmicos e que em decorrência desse fato precisam se organizar para que os ciclos de seleção de investimento ocorram mais vezes durante o ano.
Quando uma organização não compreende e não coloca em prática esse tipo de ação, poderá concluir um projeto no primeiro trimestre do ano e não conseguir iniciar um novo projeto imediatamente devido à necessidade de aguardar o novo ciclo de seleção de investimentos no próximo ano.
6 – A armadilha de não sermos transparentes quanto ao balanceamento da carteira de projetos.
Nenhuma carteira de projetos pode ter somente projetos da mais alta prioridade, e é fundamental que possamos criar um balanceamento dos projetos da carteira, assim como expor com grande transparência que a carteira de projetos depende desse balanceamento para que possamos obter êxito.
Além da prioridade deve-se ter em mente também a complexidade e exigência de recursos de cada projeto, para criar a sinergia necessária para entre os projetos e assim tirar proveito da melhor performance possível.
Matéria veiculada originalmente nos sites O Gerente, Baguete e Administradores.